Música



                                    
Música Erudita



Existem três definições para a música erudita, ou música clássica.


A primeira delas, utilizada por muitos dicionários de música, define a música erudita como sendo música "séria" em oposição à música popular, música folclórica, música  ligeira ou de jazz. Essa definição talvez não seja a melhor a se fazer, se considerarmos que a música para ser séria não precisa, necessariamente, ser música erudita.


A segunda definição, que serve apenas para a música clássica, afirma que essa música seria qualquer música em que a atração estética resida principalmente na clareza, no equilíbrio, na austeridade e na objetividade da estrutura formal, em lugar da subjetividade, do emocionalismo exagerado ou da falta de limites de linguagem musical.


O problema nesse caso é que os primeiros traços do romantismo, que seria a música contrária à música clássica, podem ser apreciados nas obras de Beethoven e Schubert, e, em um perídodo mais adiante, nas de Brahms, Wagner e Liszt, ou seja, hoje o termo música clássica, para a grande maioria das pessoas, abrangeria estes nomes como compositores de música clássica ou erudita. Ninguém em sã consciência afirmaria hoje que Beethoven seria a antítese da música clássica.


Uma terceira definição afirma que música erudita seria a música feita durante o período de 1750 a 1830, em especial a de Haydn, Mozart e Beethoven. Podemos dizer que nesse período a música mais representativa e mais mencionada é a da Escola Clássica Vienense, refletindo a importância de Viena como capital musical da Europa nesse período.


Suas origens são complexas e só se tornarão conhecidos como formato padronizado após serem definidas por Reicha, em 1826, e depois por Czerny, em seu compêndio "Escola Prática de Composição", em 1848.


Porém, segundo grandes estudiosos da música e de teoria de musical, o termo que melhor representa a música dos grandes compositores é música de concerto, o que demonstra a impossibilidade de classificá-la, pois como afirma Ênio Squeff, "Beethoven não tem nada de erudito, nem Villa-Lobos. A música de concerto é aquela inqualificável. É a gênese da atividade musical".


No Brasil


A Música Erudita, ou Clássica, ou de Concerto, no Brasil dos primeiros séculos de colonização portuguesa, vinculava-se estritamente à Igreja e à catequese. Com o passar do tempo, irmandades de música, salas de concerto e manuscritos brasileiros vão traçando o perfil de uma atividade crescente no país, onde pontificaram nomes como Antônio José da Silva, cognominado "O Judeu", José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Caetano de Mello Jesus, entre outros.
Mas mesmo hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são, como na opinião do professor Koellreutter, "uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos".


                                 Música Popular:


Música popular é qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da música folclórica por ser escrita e comercializada como uma comodidade, sendo a evolução natural da música folclórica, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações. Como o nome mesmo já diz, é a música do povo, oposta à chamada "música erudita" por ter o foco no intérprete e na performance numa determinada camada social.


São muitos numerosos os gêneros inerentes à música popular. Em geral estão associados ao ritmo e a uma determinada faixa etária. Em geral (mas nem sempre) as pessoas mais jovens tendem a apreciar o que foi composto mais recentemente. Assim, pessoas nascidas durante os anos 60 tendem a apreciar as bandas de rock dos anos 70, tais como os Beatles ou os Rolling Stones, os nascidos nos anos 80 interpretes como os Nirvana (banda), The Smashing Pumpkins ou U2, enquanto que os nascidos nos anos 90 apreciariam intérpretes mais populares nos anos 2000, como Outkast ou Green Day. Evidentemente é grande a variedade de gêneros apreciados e muitas vezes os que apreciam um gênero podem não apreciar outro. Como exemplo brasileiro, um apreciador de axé music na grande maioria das vezes não aprecia a música sertaneja, e vice-versa.


Muito da música popular provém de negócios disseminados com fins lucrativos. Executivos e empregados de negócios vinculados à música popular tentam selecionar e cultivar a música que teria um grande sucesso com o público, e assim maximizar os negócios da empresa. Nessa acepção, a música popular é distinta da música folclórica, criada pelo povo em geral para sua própria apreciação, e a música clássica, originalmente escrita para a igreja ou para a nobreza, e atualmente subsidiada pelos governos e universidades.
Apesar de os negócios controlarem os pilares da música popular, nem sempre os jovens aspirantes a se tornarem músicos populares são impulsionados pelo dinheiro. Em geral, eles aspiram a encontrar uma forma para sua expressão ou criatividade, ou simplespente por diversão. Historicamente, os motivos de conflito de executivos e músicos se tornou motivo de tensão na indústria da música popular pelo mundo.


Muitas pessoas tocam música popular com seus amigos, geralmente em garagens ou em estúdios amadores. Esta atividade é uma das mais amplas formas de composição musical colaborativa nas sociedades modernas. Como música colaborativa, as "bandas de garagem" são, de certa forma, uma reabilitação da velha tradição da música folclórica, anteriormente composta e disseminada por amadores, apenas por via oral. A diferença de um para outro é que os músicos de bandas de garagem têm conhecimento da música 
comercial e tentam simulá-la.


Algumas músicas folclóricas de determinada sociedade muitas vezes continuam a existir em versões popularizadas, geralmente interpretadas por profissionais e disseminadas comercialmente.


Depois de falar um pouco das duas vou dizer a diferença:
As diferenças entre a música popular e a música erudita é uma questão controversa. Alguns partidários da música erudita afirmam que a música erudita é arte verdadeira, enquanto a música popular seria apenas uma forma de entretenimento. Entretanto, muitas peças que constituem a música popular têm um grande nível de complexidade, enquanto muitas outras peças da música erudita são extremamente simples.
A distinção entre a música erudita e a música popular se torna obscura por certos gêneros intermediários, como a música minimalista, o jazz e a chamada música new age.
De uma forma geral, existe mais complexidade na música erudita do que na música popular. Inicialmente, a música erudita é distingüida pelo forte uso do desenvolvimento e geralmente mais modulações, poucas repetições e um uso de frases musicais mais diversas. Entretanto, não quer dizer que a música popular é sempre mais simples que a música erudita. Estilos como o jazz e o samba usa uma variedade de ritmos mais complexa do que a média e mesmo alguns acordes pouco usuais.
Outra característica recorrente da música erudita é a divisão de pequenas unidades, como frases, períodos e movimentos, razão pela qual é muito mais comum existir uma peça de uma hora de duração fazendo parte do repertório erudita do que do repertório popular.


                              A Música na Grécia:


Os gregos estabeleceram as bases para a cultura musical do Ocidente. A própria palavra música nasceu na Grécia, onde "Mousikê" significava "A Arte das Musas". 


Percebemos a formação da arte grega na civilização cretense, a partir das ruínas de cidades como Tirinto, Micenas e Cnossos. Essa arte abrangia, ao mesmo tempo, a poesia e a dança, e todas essas expressões eram praticadas de modo integrado. Os poemas eram recitados ao som de acompanhamento musical da Lira, daí o nome "Lírica" para denominar esse gênero poético. Os instrumentos principais eram a cítara, a lira e o aulos (instrumento de sopro).
Como os demais povos antigos, os gregos atribuíam aos deuses sua música, definindo-a como uma criação integral do espírito, um meio de alcançar a perfeição.


O desenvolvimento da música paralelamente ao próprio desenvolvimento das cidades gregas, fez com que surgissem teorias filosóficas que procuravam compreender seu significado e importância. Platão considerava que a música tinha grande poder de influência sobre o homem, por isso deveria estar sob controle do Estado, (cidade), considerado como responsável por garantir o bem social
A música grega se baseava em oito escalas diatônicas descendentes- os modos gregos e se fundamentava na ética e na matemática. Pitágoras estabeleceu proporções numéricas para cada intervalo musical.


Seu sistema musical apoiava-se numa escala elementar de quatro sons - o Tetracorde. O canto prendia-se a uma melodia simples, a Monodia,


Os cultos religiosos eram muito simples, nos quais utilizavam-se melodias-padrão, denominados "Nomoi". Partindo dos Nomoi, a música da Grécia evoluiu para a lírica solista, o canto conjunto e o solo instrumental. Depois, vieram as grandes tragédias inteiramente cantadas, que marcaram o apogeu da civilização helênica (do século VI ao século IV a.C.).


                           Pitágoras e a Música:


Os textos mais antigos de que se tem conhecimento sobre o assunto foram escritos pelo filósofo e matemático grego Pitágoras.


Pitágoras percebeu que ao colocar uma corda em vibração ela não vibra apenas em sua extensão total, mas forma também uma série de nós, que a dividem em seções menores, os ventres, que vibram em frequências mais altas que a fundamental. Se o monocórdio for longo o suficiente, estes nós e ventres são visíveis. Logo se percebeu que estes nós se formam em pontos que dividem a corda em duas partes iguais, três partes iguais e assim sucessivamente. A figura ao lado mostra os nós e ventres das quatro primeiras frequências de uma série. Para facilitar a compreensão eles são mostrados separadamente, mas em uma corda real, todos se sobrepõem, gerando um desenho complexo, semelhante à forma de onda do instrumento. Se colocarmos o dedo levemente sobre um dos nós, isso provoca a divisão da corda em seções menores e torna os ventres mais visíveis. Esta experiência pode ser feita com um violão, ao pousar um dedo levemente sobre o 12º traste e dedilhar a corda. Isso divide a corda em duas seções iguais e permite ver dois ventres distintos em vibração.


Pela relação entre os comprimentos das seções e as frequências produzidas por cada uma das subdivisões, pode-se facilmente concluir que a corda soa simultaneamente, na frequência fundamental (F) e em todas as suas freqüências múltiplas inteiras (2F, 3F, 4F, etc.). Cada uma dessas frequências é um harmônico. A altura da nota produzida pela corda é determinada pela frequência fundamental. As demais frequências, embora ouvidas, não são percebidas como alturas discretas, mas sim como parte do timbre característico da corda.


Devido à limitação da elasticidade da corda, os primeiros harmônicos soam com maior intensidade que os posteriores e exercem um papel mais importante na determinação da forma de onda e consequentemente, no timbre do instrumento. O mesmo resultado pode ser obtido ao colocar uma coluna de ar em vibração, embora neste caso não seja possível ver os nós e ventres da onda.


O conhecimento da série harmônica permitiu à maior parte das civilizações do mundo, escolher, dentre todas as frequências audíveis, um conjunto reduzido de notas que soasse agradável ao ouvido. Pitágoras percebeu, por exemplo, que o segundo harmônico (a nota com o dobro da frequência da fundamental) soava como se fosse a mesma nota, apenas mais aguda. Esta relação de frequências (F/2F, ou 2/1 se considerarmos os comprimentos das cordas), que hoje chamamos de oitava, é percebida como neutra (nem consonante nem dissonante). O próximo intervalo, entre o segundo e o terceiro harmônico, (2F/3F ou 3/2) soa fortemente consonante. Este é o intervalo que hoje é chamado de quinta. Os intervalos seguintes obtidos pela sucessão de frequências da série, são os de 4/3 (quarta), 5/4 (terça maior) e 6/5 (terça menor), sucessivamente menos consonantes. Pitágoras também percebeu que intervalos produzidos por relações de números muito grandes, como 16/15 (segunda menor) soam fortemente dissonantes. 


Todos estes intervalos fazem parte dos modos da música grega e da escala diatônica moderna. O intervalo de quinta, sobretudo, por ser o mais consonante da série, foi a base para a construção da maior parte das escalas musicais existentes no mundo.


Nenhum músico teve tanta importância no período clássico quanto Pitágoras. Conforme conta a lenda, Pitágoras foi guiado pelos deuses na descoberta das razões matemáticas por trás dos sons depois de observar o comprimento dos martelos dos ferreiros. A ele é creditado a descoberta do intervalo de uma oitava como sendo referente a uma relação de frequência de 2:1, uma quinta em 3:2, uma quarta em 4:3, e um tom em 9:8. Os seguidores de Pitágoras aplicaram estas razões ao comprimento de fios de corda em um instrumento chamado cânon, ou monocorda, e, portanto, foram capazes de determinar matematicamente a entonação de todo um sistema musical. Os pitagóricos viam estas razões como governando todo o Cosmos assim como o som, e Platão descreve em sua obra, Timeu, a alma do mundo como estando estruturada de acordo com estas mesmas razões. Para os pitagóricos, assim como para platão, a música se tornou uma natural extensão da matemática, bem como uma arte. A matemática e as descobertas musicais de Pitágoras foram, desta forma, uma crucial influência no desenvolvimento da música através da idade média na Europa.




                               Hermeto Pascoal:




Nascido em Olho d´Água e criado em Lagoa da Canoa, na época município de Arapiraca, estado de Alagoas, em 22 de junho de 1936, Hermeto Pascoal é filho de Vergelina 


Eulália de Oliveira (dona Divina) e Pascoal José da Costa (seu Pascoal). Foi no seu alistamento militar que colocaram o pré nome de seu pai como seu sobrenome.


Os sons da natureza o fascinaram desde pequeno. A partir de um cano de mamona de "gerimum" (abóbora), fazia um pífano e ficava tocando para os passarinhos. Ao ir para a lagoa, passava horas tocando com a água. O que sobrava de material do seu avô ferreiro, ele pendurava num varal e ficava tirando sons. Até o 8 baixos de seu pai, de sete para oito anos, ele resolveu experimentar e não parou mais. Dessa forma, passou a tocar com seu irmão mais velho José Neto, em forrós e festas de casamento, revezando-se com ele no 8 baixos e no pandeiro.


Porém, por não querer tocar pandeiro e sim sanfona, foi mandado para a Rádio Difusora de Caruaru, como refugo, pelo diretor da Rádio Jornal do Commercio, o qual disse-lhe que "não dava para música". Ficou nessa rádio em torno de três anos. Quando Sivuca passou por lá, fez muitos elogios sobre o Hermeto ao diretor dessa rádio, o Luis Torres, e Hermeto, por conta disso, logo voltou para a Rádio Jornal do Commercio, em Pernambuco, ganhando o que havia pedido, a convite da mesma pessoa que o tinha mandado embora. Ali, em 1954, casou-se com Ilza da Silva, com quem viveu 46 anos e teve seis filhos: Jorge, Fabio, Flávia, Fátima, Fabiula e Flávio. Foi nessa época também que descobriu o piano, a partir de um convite do guitarrista Heraldo do Monte, para tocar na Boate Delfim Verde. Dali, foi para João Pessoa, PB, onde ficou quase um ano tocando na Orquestra Tabajara, do maestro Gomes.


Em 1958, mudou-se para o Rio para tocar sanfona no Regional de Pernambuco do Pandeiro (na Rádio Mauá) e, em seguida, piano no conjunto e na boate do violinista Fafá Lemos e, em seguida, no conjunto do Maestro Copinha (flautista e saxofonista), no Hotel Excelsior.


Atraído pelo mercado de trabalho, transferiu-se para São Paulo em 1961, tocando em diversas casas noturnas. Depois de um tempo, formou, juntamente com Papudinho no trompete, Edilson na bateria e Azeitona no baixo, o grupo SOM QUATRO. Foi aí que começou a tocar flauta. Com esse grupo gravou um lp. Em seguida, integrou o SAMBRASA TRIO, com Cleiber no baixo e Airto Moreira na bateria. No disco do Sambrasa Trio, Hermeto já registrou sua música "Coalhada".


Em 1969, a convite de Flora Purim e Airto Moreira, viajou para os EUA e gravou com eles 2 LPs, atuando como compositor, arranjador e instrumentista. Nessa época, conheceu Miles Davis e gravou com ele duas músicas suas: "Nem Um Talvez" e "Igrejinha". De volta ao Brasil, gravou o lp "A MÚSICA LIVRE DE HERMETO PASCOAL", com seu primeiro grupo, em 1973.


Em 1976, retornou aos EUA, gravou o "SLAVES MASS" e realizou mais alguns trabalhos com Airto e Flora.


Com o nome já reconhecido pelo talento, pela qualidade e por sua criatividade, tornou-se a atração de diversos eventos importantes, como o I Festival Internacional de Jazz, em 1978, em São Paulo. No ano seguinte, participou do Festival de Montreux, na Suíça, quando é editado o álbum duplo HERMETO PASCOAL AO VIVO, e seguiu para Tóquio, onde participou do LIVE UNDER THE SKY. Lançou o CÉREBRO MAGNÉTICO em 1980 e multiplica suas apresentações pela Europa.


Atualmente, Hermeto Pascoal apresenta-se com cinco formações: Hermeto Pascoal e Grupo, Hermeto Pascoal e Aline Morena, Hermeto Pascoal Solo, Hermeto Pascoal e Big Band e Hermeto Pascoal e Orquestra Sinfônica. Diz ele que, por enquanto, é só!! Esse é o nosso "CAMPEÃO"!!!


                    Música Folclórica:


As músicas do folclore brasileiro são canções populares, muitas de autores desconhecidos do interior do Brasil, que são transmitidas de geração para geração através dos tempos. Parte importante da cultura popular, são usadas como o objetivo lúdico (envolvendo jogos e brincadeiras) ou para pura diversão. Possuem letras simples e com muita repetição, características que facilitam a memorização. Estas músicas são mais populares nas regiões do interior do Brasil e costumam apresentar como temas principais situações do cotidiano (amor, namoro, casamento, relacionamentos, etc.). Algumas letras também envolvem personagens do folclore brasileiro. As músicas folclóricas brasileiras são quase sempre acompanhadas pelo som de uma viola caipira ou de violão.


Uma música folclórica por exemplo:
           
Neguinho do Pastoreio


Negrinho do pastoreio acendo essa vela pra ti
E peço que me devolvas a querência que eu perdi


Negrinho do pastoreio traz a mim o meu rincão
Que a velinha está queimando, nela está meu coração


Quero rever o meu pago colorado de pitangas
Quero ver a gauchinha brincando na água da sanga


Quero trotear nas coxilhas respirando a liberdade
Que eu perdi naquele dia que me embretei na cidade


Negrinho do pastoreio traz a mim o meu rincão
A velinha está queimando aquecendo a tradição




                           Maestro Carlos Gomes: 


Antônio Carlos Gomes foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro alla Scala. É o autor da ópera O Guarani.


A vida de Antônio Carlos Gomes foi, sempre, marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente, assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles, formou uma banda musical, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos. Desde cedo, revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e depois por seu irmão, José Pedro de Sant'Ana 


Gomes, fiel companheiro das horas amargas.
É na banda do pai, que mais tarde Carlos Gomes viria a substituir, que ele vai fazer, em conjunto com seus irmãos, as primeiras apresentações em bailes e em concertos. 


Nessa época, Antônio Carlos Gomes alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.
Aos quinze anos de idade, compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos dezoito anos, em 1854, compõe a primeira Missa, Missa de São Sebastião,dedicada ao pai e repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compõe a modinha Suspiro d'Alma com versos do poeta romântico português Almeida Garrett.


Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos, com o pai. Moço ainda, lecionava piano e canto, dedicando-se, sempre, com afinco, ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi. Era conhecido também em São Paulo, onde realizava, freqüentemente, concertos, e onde compôs o Hino Acadêmico,ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito. Aqui, recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo conservatório poderia aperfeiçoar-se. Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.


Em 4 de setembro de 1861, foi cantada, no Teatro da Ópera Nacional, A Noite do Castelo,o primeiro trabalho de fôlego de Antônio Carlos Gomes, baseado na obra de Antônio Feliciano de Castilho. Constituiu uma grande revelação e um êxito sem precedentes, nos meios musicais do País. Carlos Gomes foi levado para casa em triunfo por uma entusiástica multidão, que o aclamava sem cessar. O Imperador, também entusiasmado com o sucesso do jovem compositor, agraciou-o com a Imperial Ordem da Rosa.


O Imperador preferia que Carlos Gomes fosse para a Alemanha, onde pontificava o grande Wagner, mas a Imperatriz, Dona Teresa Cristina, napolitana, sugeriu-lhe a Itália.


Em 8 de novembro de 1863,o estudante partiu, a bordo do navio inglês Paraná, entre calorosos aplausos dos amigos e admiradores, que se comprimiam no cais. Levava consigo recomendações de Dom Pedro II para o Rei Fernando, de Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de Milão, Lauro Rossi. O jovem compositor passou por Paris, onde assistiu a alguns espetáculos líricos, mas seguiu logo para Milão.
Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866, Carlos Gomes recebia o diploma de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores. A partir dessa data, passou a compor. Sua primeira peça musicada foi Se sa minga, em dialeto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada, no Teatro Fossetti. Um ano depois, surgia Nella Luna, com libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.


Na Itália, Carlos Gomes casou-se com Adelina Péri, que devotou toda sua vida ao maestro. Desse consórcio, nasceram cinco filhos, muito amados pelo compositor. Todavia, um a um foram morrendo em tenra idade, tendo restado somente Ítala Gomes Vaz de Carvalho, que escreveu um livro, em que honrou a memória do seu glorioso pai. Na península, Carlos Gomes escreveu, a seguir, Fosca, considerada por ele sua melhor obra, Salvador Rosa e Maria Tudor.


Em 1866, recebeu Carlos Gomes, de novo no Brasil, uma justa consagração na Bahia, onde, a pedido do grande pianista português, Artur Napoleão, compôs o Hino a Camões, para o Quarto Centenário Camoniano, executado simultaneamente ali e na Corte, com grande sucesso.


Em 3 de fevereiro de 1891, outra vez na Itália, Carlos Gomes estréia, no Scala de Milão, a ópera Condor, com grande êxito, pois, nessa peça, apresentara uma nova forma, muito mais próxima do recitativo moderno.


O mal que o levaria ao túmulo, nessa época, fazia-o sofrer dolorosamente. Todavia, as desilusões, as decepções, a ingratidão de seus compatriotas e as dores físicas ainda não lhe haviam quebrado a resistência. Ainda estava à espera de sua nomeação para o cargo de diretor do Conservatório de Música, no Brasil. Nesse tempo foi proclamada a República, e seu grande amigo e protetor, Dom Pedro II, é exilado, com grande mágoa de Carlos Gomes. Compôs, ainda, Colomboem 1892,poema sinfônico que, incompreendido pelo grande público, não obteve êxito.


                      Tipos Musicais : 


                                       Rock:


Este gênero musical de grande sucesso surgiu nos Estados Unidos nos anos 50 (década de 1950).. Inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, o rock unia um ritmo rápido com pitadas de música negra do sul dos EUA e o country. Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo. Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. Apareceu pela primeira vez  num programa de rádio no estado de Ohio (EUA), no ano de 1951.


Anos 50 - É a fase inicial deste estilo, ganhando a simpatia dos jovens que se identificavam com o estilo rebelde dos cantores e bandas. Surge nos EUA e espalha-se pelo mundo em pouco tempo. No ano de 1954, Bill Haley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll. No ano seguinte, surge no cenário musical o rei do rock Elvis Presley. Unindo diversos ritmos como a country music e o rhythm & blues. O roqueiro de maior sucesso até então, Elvis Presley lançaria o disco, em 1956, Heartbreaker Hotel, atingindo vendas extraordinárias. Nesta década, outros roqueiros fizeram sucesso como, por exemplo, Chuck Berry e Little Richard.


Anos 60- Esta fase marca a entrada no mundo do rock da banda de maior sucesso de todos os tempo : The Beatles. Os quatro jovens de Liverpool estouram nas paradas da Europa e Estados Unidos, em 1962, com a música Love me do. Os Beatles ganham o mundo e o sucesso aumentava a cada ano desta década.


A década de 1960 ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã. O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan. Outro grupo inglês começa a fazer grande sucesso : The Rolling Stones.
No final da década, em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período. Sob o lema "paz e amor", meio milhão de jovens comparecem no concerto que contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.


Bandas de rock que fizeram sucesso nesta época : The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Jefferson Airplane, Pink Floyd, The Beatles, Rolling Stones, The Doors.


Anos 70- Nesta época o rock ganha uma cara mais popular com a massificação da música e o surgimento do videoclipe. Surge também uma batida mais forte e pesada no cenário do rock. É a vez do heavy metal de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Por outro lado, surge uma batida dançante que toma conta das pistas de dança do mundo todo. A dance music desponta com os sucessos de Frank Zappa, Creedence Clearwater, Capitain Beefheart, Neil Young, Elton John, Brian Ferry e David Bowie.
Bandas de rock com shows grandiosos aparecem nesta época : Pink Floyd Genesis, Queen e Yes.


Anos 80- A década de 1980 foi marcada pela convivência de vários estilos de rock. O new wave faz sucesso no ritmo dançante das seguintes bandas: Talking Heads, The Clash, The Smith, The Police.
Surge em Nova York uma emissora de TV dedicada à música e que impulsiona ainda mais o rock. Esta emissora é a MTV, dedicada a mostrar videoclipes de bandas e cantores.
Começa a fazer sucesso a banda de rock irlandesa chamada U2 com letras de protesto e com forte caráter político. Seguindo um estilo pop e dançante, aparecem Michael Jackson e Madonna.


Anos 90- Esta década foi marcada por fusões de ritmos diferentes e do sucesso, em nível mundial, do rap e do reggae. Bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More fundem o heavy metal e o funk, ganhando o gosto dos roqueiros e fazendo grande sucesso.
Surge o movimento grunge em Seattle, na California. O grupo Nirvana, liderado por Kurt Cobain, é o maior representante deste novo estilo. R.E.M., Soundgarden, Pearl Jam e Alice In Chains também fazem sucesso no cenário grunge deste período.
O rock britânico ganha novas bandas como, por exemplo, Oasis, Green Day e Supergrass.


O primeiro sucesso no cenário do rock brasileiro apareceu na voz de uma cantora. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido, no começo da década de 1960. Em meados desta década, surge a Jovem Guarda com cantores como, por exemplo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa fazer sucesso entre os jovens.


Na década de 1970, surge Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados. Na década seguinte, com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como: Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.
Na década de 1990, fazem sucesso no cenário do rock nacional : Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Pato Fu, Skank entre outros.


Uma Curiosidade: Comemora-se em 13 de julho o Dia Mundial do Rock. 


                                         Jazz:


O jazz é uma manifestação artístico-musical originária dos Estados Unidos. Tal manifestação teria surgido por volta do início do século XX na região de Nova Orleães e em suas proximidades, tendo na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.


O Jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue notes, chamada e -resposta, forma sincopada, polirritmia, improvisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.


As origens da palavra Jazz são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O Jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e mais tarde se tornou celebrado músico de jazz, costumava dizer que estava "tocando o piano antes mesmo da palavra "jazz" ser inventada".


Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o Jazz produziu uma grande variedade de subgêneros, como o Dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o Bebop de meados da década de 1940, o Jazz latino das décadas de 1950 e 1960, e o Fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o Jazz se adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo assim uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica.


Como o termo "jazz" tem desde longa data sido usado para uma grande variedade de estilos, uma definição abrangente que incluísse todas as variações é difícil de ser encontrada. Enquanto alguns entusiastas de certos tipos de jazz tem colocado definições menos amplas, que excluem outros tipos, que também são habitualmente descritas como "jazz", os próprios jazzistas são muitas vezes relutantes quanto a definição da música que são executadas. Duke Ellington dizia, "é tudo música." Alguns críticos tem dito que a música de Ellington não era de fato jazz, como a sua própria definição, segundo esses críticos, o jazz não pode ser orquestrado.


Enquanto o jazz pode ser de difícil definição, improvisação é claramente um dos elementos essenciais. O blues mais antigo era habitualmente estruturado sob o repetitivo padrão pergunta e resposta, elemento comum em músicas tradicionais. Uma forma de música tradicional que aumentou em parte devido as canções de trabalho e field hollers. No blues mais antigo a improvisação era usada com bastante propriedade.


Essas características são fundamentais para a natureza do jazz. Enquanto na música clássica europeia elementos de interpretação, ornamento e acompanhamento são, às vezes, deixados a critério do intérprete, o objetivo elementar do intérprete é executar a composição como está escrita. No jazz, entretanto, o músico irá interpretar a música de forma peculiar, nunca executando a mesma composição exatamente da mesma forma mais de uma vez.


Por volta de 1808 o tráfico de escravos no Atlântico trouxe aproximadamente meio milhão de africanos aos Estados Unidos, em grande quantidade para os estados do sul. 


Grande parte dos escravos vieram do oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal.Em 1774 um visitante os descreveu, dançando ao som do banjo de 4 cordas e cantando "a música maluca", satirizando a maneira com que eram tratados. Uma década mais tarde Thomas Jefferson similarmente notou "o banjar, que foi trazido da distante África". Foi feita de cabaça, como a bânia senegalesa ou como a akonting do Oeste da África. Festas de abundância com danças africanas, ao som de tambores, eram organizadas aos domingos em Place Congo Nova Orleães, até 1843, sendo como uma festa similar em Nova Orleães e Nova Iorque.


Entre 1890 e 1910: Nessa época, salões para baile público e tea rooms foram abertos nas cidades. A música popular de bailes na época eram em estilos blues-ragtime. A música era vibrante, entusiástica e, quase sempre, improvisada. A música ragtime daquele tempo era em formato de marchas, valsas e outras formas tradicionais de músicas, porém, a característica consistente era a sincopação. Notas e ritmos sincopados se tornaram tão populares com o público que os editores de partituras incluíram a palavra "sincopado" em seus anúncios. Em 1899, um pianista jovem e treinado, de Missouri, Scott Joplin, publicou o primeiro de muitas composições de Ragtime que viriam a ser música de gosto popular. As apresentações do líder de banda Buddy Bolden em Nova Orleãs, desfiles e danças são um exemplo de estilo de improviso do jazz. O rápido crescimento do público que apreciava a música no pós-guerra produziu mais músicos treinados que fossem formais. Por exemplo, Lorenzo Tio, Scott Joplin e muitas outras importantes figuras, no período inicial do jazz tiveram como base os paradigmas da música clássica.


Entre 1920 e 1930: A proibição da venda de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, que vigorou de 1920 a 1933, resultou na criação dos speakeasies, locais onde a bebida era vendida ilegalmente. Esses estabelecimentos acabaram sendo grandes difusores do Jazz, que, por isso, ganhou a reputação de ser um estilo musical imoral.


Nesse período, em 1922, a Original Creole Jazz Band se tornou a primeira banda de Jazz de músicos negros de Nova Orléans a fazer gravações. No entanto, era Chicago o novo centro do desenvolvimento do Dixieland, porque lá se juntaram King Oliver e Bill Jonhson. Naquele ano Bessie Smith, famosa cantora de blues, também gravou pela primeira vez.


                                 Bossa Nova:


Oficialmente a bossa nova começou num dia de agosto de 1958 quando chegou nas lojas de discos brasileiras o 78 rotações de número 14.360 do selo Odeon do cantor João Gilberto com as músicas Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Bim Bom (do próprio cantor). Unanimemente reconhecido como papa do estilo, João tinha acompanhado ao violão um pouco antes a cantora Elizeth Cardoso em duas faixas do também inaugural Canção do Amor Demais (LP exclusivamente dedicado às canções da iniciante dupla Tom & Vinicius) com a célebre batida, sincopada no tempo fraco pelos bateristas. Para desembocar na revolução harmônica sintetizada na voz & violão do baiano nascido em Juazeiro, muitos acordes dissonantes (ironizados na canção manifesto Desafinado, de Tom e Newton Mendonça) foram disparados. 


A avassaladora influência da cultura americana do Pós-Guerra combinada à influência do impressionismo erudito (Debussy, Ravel) e um inconformismo com o formato musical dos dós de peito acompanhados por regional disseminaram descontentes inovadores como os violonistas Garoto, Valzinho, Laurindo de Almeida, Luís Bonfá, o (então) acordeonista João Donato e principalmente o pianista e compositor Johnny Alf. Alguns deles (mais cantoras como Nora Ney e Doris Monteiro) reuniam-se em fã-clubes caseiros como os que tributavam Dick Farney & Frank Sinatra, Dick Haymes & Lucio Alves para cultuar seus mitos e ensaiar as mudanças. 


Paralelamente à ascensão da bossa, escalava as paradas o sambalanço, que sem chegar a constituir-se num movimento, injetou mais teleco-teco (como se dizia na época) no velho ritmo gestado na casa das tias baianas no centro do Rio no começo do século. Alguns fornecedores e expoentes do setor: Elza Soares, Miltinho (egresso do grupo vocal Os Namorados), Ed Lincoln (que tocava na boate Plaza, outro reduto da inaugural da bossa), Djalma Ferreira, Orlan Divo, Silvio Cesar, Luís Bandeira (autor de "Apito no samba"), Pedrinho Rodrigues, Luis Reis, Haroldo Barbosa, Luis Antonio, Jadir de Castro e João Roberto Kelly. 


O sucesso nos palcos universitários não tirou o intimismo do movimento que concentraria novas forças em pocket shows nos minúsculos bares do chamado Beco das Garrafas (nomeado a partir dos projetéis atirados pelos vizinhos contra o barulho) em Copacabana. De lá sairiam, paradoxalmente, artistas de uma fase mais extrovertida da bossa como Elis Regina (coreografada pelo bailarino americano Lennie Dale, que também cantava), Wilson Simonal e Jorge Ben (atual Jor). 


A cidade de São Paulo, que já acolhera os exilados cariocas Johnny Alf, Claudette Soares e Alaíde Costa lastreou uma filial do movimento com trios instrumentais como o Zimbo, Sambalanço (de onde sairiam Cesar Camargo Mariano e Airto Moreira), Jongo, Bossa Jazz, Manfredo Fest (pianista que acabaria radicado nos EUA), o cantor Agostinho dos Santos, as cantoras Maysa, Elsa Laranjeira e Ana Lúcia, a compositora Vera Brasil (Tema do Boneco de Palha), o violonista Paulinho Nogueira, os compositores Walter Santos e Geraldo Vandré (que lançaria o protesto Menino das Laranjas do futuro parceiro Théo de Barros) e o organista Walter Wanderley entre outrosO fim cronológico da bossa não significou sua extinção estética. O jazz que a influenciou recebeu o troco a partir do sucesso estrondoso da versão instrumental de Desafinado pela dupla Stan Getz (sax) e Charlie Byrd (guitarra), em 1962. No mesmo ano um elenco de músicos brasileiros tomaria o palco do Carnegie Hall, em Nova Iorque e a partir daí vários estabeleceriam bases por lá como Oscar Castro Neves, Sérgio Mendes, Luis Bonfá e Eumir Deodato. Algumas das principais músicas do movimento foram regravadas por ases como Ella Fitzgerald, Miles Davis, Sarah Vaughan, Herbie Mann, Charlie Byrd, Oscar Peterson, Bill Evans, Coleman Hawkins, Cannonball Adderley, Gerry Mulligan e inúmeros outros. E com o aparecimento de novas gerações de jazzistas, vários dos chamados young lions, mostraram-se reverentes ao estilo. Antes, em 1967, o barítono intimista Frank Sinatra, voz guia dos primeiros vagidos da bossa (além de Chet Baker e do minimalista do acordeon Joe Mooney) reconheceria a afinidade num reverente dueto em disco com Tom Jobim. Isso sem contar os franco-atiradores que aproveitaram o modismo para vender falsas bossas ao público americano como Eddie Gourmé (Blame It On The Bossa Nova), Ruby & The Romantics (Our Day Will Come) e até um irreconhecivel Elvis Presley na rumba Bossa Nova Baby.




                                   Reggae:


O Reggae é um gênero musical que tem suas origens na Jamaica. O auge do reggae ocorreu na década de 1970, quando este gênero espalhou-se pelo mundo. É uma mistura de vários estilos e gêneros musicais: música folclórica da Jamaica, ritmos africanos, ska e calipso. Apresenta um ritmo dançante e suave, porém com uma batida bem característica. A guitarra, o contrabaixo e a bateria são os instrumentos musicais mais utilizados.


O reggae se baseia num estilo rítmico caracterizado pela acentuação no tempo fraco, conhecido como skank. O estilo normalmente é mais lento que o ska porém mais rápido que o rocksteady, e seus compassos normalmente são acentuados na segunda e na quarta batida, com a guitarra base servindo ou para enfatizar a terceira batida, ou para segurar o acorde da segunda até que o quarto seja tocado. É principalmente essa "terceira batida", sua velocidade e o uso de linhas de baixo complexas que diferencia o  reggae do rocksteady, embora estilos posteriores tenham incorporado estas inovações de maneira independente.


A edição de 1967 do Dictionary of Jamaican English ("Dicionário de inglês jamaicano") lista reggae como "a recently estab. sp. for rege", as in rege-rege, a word that can mean either "rags, ragged clothing" or "a quarrel, a row". ("uma grafia recentemente estabelecida de rege", como em rege-rege, palavra que pode significar tanto "farrapos", "roupas rasgadas" quanto "uma confusão", "uma discussão".)


Como um termo musical apareceu pela primeira vez no hit de 1968 "Do the Reggay", dos Maytals, porém já era usado em Kingston, capital da Jamaica, como nome de uma dança mais lenta e de um estilo de rocksteady.


O historiador do reggae Steve Barrow credita a Clancy Eccles a alteração do termo streggae ("mulher fácil"), do patois jamaicano, para reggae.


As letras das músicas de reggae falam de questões sociais, principalmente dos jamaicanos, além de destacar assuntos religiosos e problemas típicos de países pobres.


O reggae recebeu, em suas origens, uma forte influência do movimento rastafari, que defende a idéia de que os afrodescendentes devem ascender e superar sua situação através do engajamento político e espiritual.


Embora tenha sido influenciado fortemente pela música tradicional africana e caribenha, assim como pelo rhythm and blues americano, o reggae traça sua origem direta ao desenvolvimento progressivo do ska e do rocksteady na Jamaica da década de 1960.


O ska surgiu pela primeira vez nos estúdios da Jamaica entre os anos de 1959 e 1961, desenvolvendo-se a partir de um gênero anterior, o mento. O ska caracteriza-se por uma linha de walking bass, ritmos acentuados da guitarra ou do piano no tempo fraco, e, por vezes, riffs jazzísticos nos metais. Além de sua imensa popularidade entre os adeptos da moda rude boy, no país, o estilo conquistou muitos adeptos entre os mods, na Grã-Bretanha, a partir de 1964. De acordo com Barrow, os rude boys começaram a tocar deliberadamente os seus discos de ska a meia velocidade, preferindo dançar mais lentamente como parte de sua imagem de durões.
Em meados da década diversos músicos já haviam começado a tocar o ska num andamento mais lento, enfatizando a linha de baixo e os tempos fracos. O som mais lento foi chamado de rocksteady, o nome de um single de Alton Ellis. Esta fase da música jamaicana durou apenas até 1968, quando os músicos começaram a deixar ainda mais lento os andamentos das músicas, e lhes acrescentaram ainda mais efeitos; isto levou à criação do reggae.


Na década de 1950, começam surgir os grandes nomes do reggae como, por exemplo, Delroy Wilson, Bob Andy, Burning Espear e Johnny Osbourne, e as bandas The Wailers, Ethiopians, Desmond Dekker e Skatalites. Nesta época, grande parte das rádios da Jamaica, de propriedade de brancos, se recusavam a tocar reggae. Somente a partir da década de 1970, o reggae toma corpo com cantores que ganham o mundo da música. Jimmy Cliff e Bob Marley tornam o reggae um estilo musical de sucesso no mundo todo. 


Em 1971, a música I Can See Clear Now de Johnny Nash, assume o topo na parada musical de várias rádios na Inglaterra e Estados Unidos.


Os anos 70 (década de 1970) foi a época dos grandes sucesso do reggae. Várias músicas marcaram época e alcançaram o topo na lista de sucesso das rádios: I Shot the Sheriff  (versão de Eric Clapton ), Peter Tosh com Legalize It e No Woman , No Cry de Bob Marley.


Vários cantores e bandas passam a incorporar o estilo reggae a partir dos anos 80 (década de 1980). Eric Clapton, Rolling Stones e Paul Simon fazem músicas, utilizando a batida e a sonoridade dançante e suave. Atualmente, vários cantores e bandas fazem sucesso nesse gênero musical : Ziggy Marley, Beres Hammond, Pulse, UB 40 e Big Mountain.


Original da década de 1960, o ritmo divide-se em dois subgêneros, o "roots reggae" (raízes do reggae) e o "dancehall reggae", que é originário da década de 1970. O reggae é constantemente associado ao movimento religioso rastafari, que, de fato, influenciou muitos dos músicos apologistas do estilo reggae nas décadas de 1970 e 1980. De qualquer maneira, o reggae trata de vários assuntos, não se restringindo à cultura rastafariana, como o amor, o sexo e principalmente a crítica social.
Uma das características que podem caracterizar o reggae é a crítica social, como por exemplo cantar a desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais.


Foi na região norte do Brasil que o reggae entrou com mais força. No estado do Maranhão, principalmente na capital São Luís, é comum a organização de festas ao som de reggae. Na década de 1970, músicos como Gilberto Gil e Jorge Ben Jor são influenciados pelo estilo musical jamaicano. Na década de 1980, é a vez do rock se unir ao gênero da Jamaica, nas letras do grupo Paralamas do Sucesso.
Na década de 1990, surgem vários músicos e bandas. Podemos citar como exemplo : Cidade Negra, Alma D'Jem, Tribo de Jah, Nativus e Sine Calmon & Morro Fumegante.


Curiosidades: É comemorado em 11 de maio o Dia Nacional do Reggae. Esta data foi escolhida, pois foi num dia 11 de maio que faleceu Bob Marley, o principal representante da história do Reggae. A lei que instituiu esta data foi sansionada pela presidente do Brasil Dilma Rousseff em 14 de maio de 2012.


Nenhum comentário:

Postar um comentário